segunda-feira, abril 18, 2005

corpos no espaço

O espaço circundante que se ocupa de corpos estranhos ao nosso fala amordaçado por murmúrios levemente perceptíveis. Trejeitos de faces felizes comunicam em fundo de sons que colidem em estridente azáfama de manada à solta, pululam membros que descrevem rotas precisas constringidas pelas forças dos outros que os movem na floresta de gente, onde o toque quente de faúlha em brasa encosta roçado por asa e o sorriso esboçado por testa franzida em rosto cansado disfarça contida alegria presente. O espaço ocupante que circunda os corpos balbucia num ritmo próprio as suas cores diversas pintadas em telas onde pàletes de movimentos fluidos coloridos geram situações de arco-íris de próxima distância, onde o desejo guloso espreita de seu reduto aninhado e embasbacado fita o longínquo horizonte onde jazem as naus naufragadas, embarcadas demandas à séculos sonhadas de riscos tomados por estradas de sal temperadas com ocasionais intempérides. Basta de bastardos definhados de olhares esgazeados que em sua desarticulada dinâmica estática poluem e encravam a sequência natural de eventos unificantes que untam as partes colaborantes de amor. Em paz o grupo atento tece a cola que une cimento que os funde na mola que os projecta a um estado maior de ascenção de síncrona sintonia afinada onde cada parcela vê-se articulada e reconhece o encaixe da plenitude do seu meio vital.

7 comentários:

Patrícia Evans disse...

"...eventos unificantes que untam as partes colaborantes de amor."
A Festa da Música é um desses eventos de Amor...Eu não sei quem tu és por isso não te vou olhar, se sabes quem eu sou poderás tu olhar-me...

Nil Borba disse...

Extremamente introspectivos seus posts, mas muito bons. Gostei e volto , tá?
Beijos

Anónimo disse...

para juliet:
o que sei de ti foi o que li. vou olhar por onde ando pode ser que tropece em ti...

Anónimo disse...

para nilza:
obrigado!cá estarei à espera:)

Patrícia Evans disse...

sei que me vais ver, o que escrevo traspiro...sente o meu perfume, e a minha forma sorridente, de certo nao te enganarás na pessoa.

Anónimo disse...

Extraordinário quando procuras as tuas palavras. Bonito mesmo, e com emoção e sentido.Por vezes pareces perder-te de ti próprio, mais preocupado com a raridade das palavras do que em encontrar as tuas palavras que dão forma ao teu sentir. E nessas alturas é mais difícil o contacto com o fundo do que escreves.
Mas fiquei impressionada. Tens uma alma poética e uma grande riqueza de sentimentos e ideias. Continua a extrapolar. Vou voltar de certeza.

Anónimo disse...

obrigado pelo belíssimo comentário!:)As portas estão sempre abertas!