quinta-feira, abril 07, 2005

perda

A perda é um microcosmos dorido alojado no fundo sentido da cratera de um projéctil enviado no premir de botão por dedo de quem se ama. Dos risos soltos em dias de primavera lufadas de borboletas pousadas em pétalas saboreiam néctar em bucólico deleite a nudez escorre como leite colina abaixo de braços abertos movimentos certos rola na relva e pasta a frescura que paira no prado. Resta apenas enfeite postiço de máscara de gente cravada no rosto de tom indiferente em corpo colhido por foice afiada: onde está a estrada de simplicidade luminosa em seu portento de luz? Porque deambula a negra solidão de capa preta e capuz pelo obscuro bosque de carvalhos anciãos que ladeiam a berma? Liquefaz-se a dôr e bebe-se de um só trago, amargo travo a tristeza em fineza de boca que sufoca distraída, caída palavra no chão estatela-se de um só estalo.

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