quinta-feira, setembro 08, 2005

etérea

Abram-se as alas do presente que o futuro é de graça e o sonhado de outrora irrompe em chegada hora de pleno pulmão aberto em espremida consumada ânsia que rebenta em marrada de touro elegante estouro estilhaça dique de contido pressionado deslumbramento jorrado em espampanante dispersão aérea, etérea é a forma que se forma no instante do flash único de carimbado arrepio mnésico remniscente em longo suspiro nos dias de estagnação.

4 comentários:

gato_escaldado disse...

um belo exercício de escrita "automática". gostei, sim senhor.

Egomet disse...

Fiz um exercício de leitura em voz alta deste teu parágrafo...nem imaginas a sonoridade das tuas palavras...incrivelmente melodiosa. Bela conjugação de palavras...breve mas harmoniosa de forma estranha e muito subjectiva.
Beijinho e bom fim de semana

celofane disse...

Gato_Escaldado: obrigado! Não sei se sei bem o que queres dizer com escrita automática. Se te referes a escrita não pensada fluida ao som da estética melodiosa do discurso, se consideras no automatismo uma ausência de deliberação autoconsciente, então nao concordo com a tua designação. Porque antes de escrever penso, e o meu primeiro despejo nunca é o último. Publico os textos depois de estarem na medida da minha coisa a expressar, que invariavelmente são questões pessoais banais, repara: "Abram-se as alas do presente que o futuro é de graça e o sonhado de outrora irrompe em chegada hora"de pleno pulmão aberto em espremida consumada ânsia que rebenta em marrada de touro elegante estouro estilhaça dique de contido pressionado deslumbramento jorrado em espampanante dispersão aérea" refere-se a "comecei recentemente a trabalhar e adoro o que faço, é um dos meus maiores sonhos a concretizar-se" mas "etérea é a forma que se forma no instante do flash único de carimbado arrepio mnésico remniscente em longo suspiro nos dias de estagnação." que se refere a : "no entanto estou sem companheira íntima com quem partilhá-lo, e de companheira já só me restam recordações de há mjuito, estou estagnado na minha vida amorosa". Neste sentido não considero a minha escrita automática, talvez por vezes demasiado subjectiva para os outros que não eu vejam o fio da meada.

celofane disse...

para Egomet: Obrigado! Concordo contigo especialmente no elevado grau de subjectividade, não escrevo para os outros mas por mim, que preciso de expressar as minhas banalidades de uma forma intensa, como um soco súbito de extravasamento.

:))