quarta-feira, junho 21, 2006

o caminho

Limpa a a garganta do obscuro escuro entalado e aclara os olhos límpidos lavados que o estado presente move-se e atropela o pranto. Caminhada hesitante enquanto descalço perante a pedra no solo, levantada pode ter bicharada escondida no escuro por baixo mas pode ser preciosa brilhante por cima e então ser fechada na mão e nunca mais ser largada. Pudera que o caminho agarrado fosse feito de uma só estrada- a recta magistral- percorrida a passo solto salpicado por pontuais saltitantes passadas largas até que de tão esticadas enrolam-se reboladas num corpo cilindrador de papoilas vermelhas onde mil abelhas dançam afundadas no pólen que as recobre imundas. Desenrola-se em passadeira desdobrada o caminho das leves flores vermelhas passado a ferro num berro, o abraço verde da comunhão com as folhas sorvidas pelo pedúnculo oco ocupado por clorofila fluorescente ascendente espalhada na boca explode o sabor aos grandes tapetes de estepes onde a murchidão espreita pelo canto do olho e suprime metálicamente o esgar efusivo de um qualquer malmequer espertalhão, a camomila cai prostrada a seus pés e esconde os estames por detrás de meia pétala rasgada e os estiletes partidos de uma melancólica túlipa cabisbaixa descansam encostados a um torrão de terra. É a guerra.