quarta-feira, março 08, 2006

quando

Desembolsada ausencia figura a tua renumeração tardia envolvida em bruma fria que tarda em chegar. Mordaz a bolsa vazia que faz da cabeça um fosso oco esventrado de um poço de areia ecoado em buraco de ar. Flutuas tu que tens a leveza de um bolso furado nas nuvens mas pesam-te nas mãos os calos de tanto andar a fazer o pino no chão de gravilha derrapada, desgastas as palmas e gastas as pilhas batidas derretidas na ponta da língua palrada no palco percurtido com cajado de madeira densa, o som ecoa por entre as pernas das cadeiras vazias e toda a gente sabe escondida por detrás das cortinas que o espectáculo da vida vai começar.

2 comentários:

Uwish4 disse...

que angústia...

jdavid disse...

:o
muito bom, muito bom. gostei bastante. continua.